terça-feira, setembro 28, 2004

Nesse momento


28.09.04

Neste momento em que há algum tempo deixei de escrever, neste momento em que chorar é tão próximo de gritar, neste momento onde a confusão reina em detrimento da clareza; neste momento percebo como, desde que nasci para a vida, tem havido um aumento na distância em relação Àquilo Que É, em relação à clareza das coisas, em relação à verdade: simples do Espírito (que toca os domínios consciente, auto-consciente e super-consciente do Homem) e complexa da Alma que nos sussurra do inconsciente, chegando ao ponto de controlo do nosso Eu pela porta do que é pré-consciente em nós. Enfim, entre sabedoria, conhecimento, pensamento, sentimento, desejo e vontade, penso que misterioso e essencial é o sentimento que brota de todas as células, de todas as partículas que pulsam no Ser. Sem esse pulsar perderíamos o caminho de volta Àquilo Que É. Inaugurar-se-ia a perfeita dissociação de nós connosco mesmos, algo que é até difícil de conceber. Pois mesmo quando separados estamos de nós há uma memória, e essa memória, tem luz, tem som, tem respiração e é com isso que sempre continuamos. Sempre!

É a partir desta memória que vos falo. É através deste recordar, que conheço também o meu futuro... É assim que sei que no presente a verdade existe. É assim que sei que não sou honesta comigo mas que o sei ser se quiser fazê-lo a partir de agora. A oportunidade, desde que a consciência chega a ela, existe deveras para todos. O amor, se o testemunharmos como a unificação de todas as experiências possíveis na vida, tem estado partido e repartido, estilhaçado mas a sua origem é a mesma de sempre, a ilusão é nossa, pois aquilo que é realmente novo e que está a crescer é a nossa Personalidade Humana, que parte de um ego mas que muitas metamorfoses pode sofrer.

Sinto que enquanto não quiser realmente saber, enquanto tiver medo, enquanto quiser repetir, enquanto não me respeitar, enquanto não me auto-reverenciar o suficiente, enquanto alguma parte no meu ser julgar que a vida assim está bem, essa verdade não vem... não se mostra pois Eu dialogo com ela, pois Eu a Recrio, pois Ela responde ao meu Desejo mais íntimo...
Então antes de me queixar, antes de me vitimizar, antes de me ausentar e perder a benção do momento presente, antes de me tornar um explosivo humano onde é difícil algo penetrar, pois nós criamos mas também temos o direito de experimentar a criação, antes de sair do meu centro porque afinal isto não vale a pena, isto não é o que eu mereço; antes de tudo isto talvez sentir o poder que é inerente a cada Um permita que, nesse momento, tudo mude... Joana

segunda-feira, julho 19, 2004

Urgência Pacífica


15.07.04
(in TerraIndigo@groups.msn.com)

Caras alma_amigas,

Se me permitem gostaria de escrever um pouco sobre o que sinto em relação a esta aparente urgência e esta aparente cegueira humana...

Tanto a falta de tempo como a eternidade de soluções são realidade agora. Basta um novo olhar, uma nova percepção, uma união entre opostos, uma harmonização... para que tudo se transfigure, todos os tipos de matéria desde a física, característica da Criação do Mundo onde o Humano habita, até às miríades de partículas_luz de qualidades sempre progressivas...

Também é um futuro possível que a entropia continue a sua repetição e que este mundo entre em colapso pelas mil e uma razões que hoje todos temos consciência, pela informação muito difundida, mas que poucos sentem, pois o coração foi esquecido desde que nos denominámos de Animal Racional.

Contudo, ainda existem conjuntos de seres que sabem e sentem que o coração consciente é a característica que afinal nos faz verdadeiramente humanos. Essa liberdade de sentir, saber, fazer, criar em conjunto com outros CriadoresGigantes, pois a Terra espera isso de nós, tem espaço para nós e da nossa real ligação Mundos Superiores poderão deveras existir.

A nossa cegueira existe mas só como isso: cegueira. O potencial de visão está cá, temos vindo a ser seduzidos constantemente por irmãos, no caminho, que decidiram fixar-se num ponto da evolução... Mas Vida é Nascimento e Morte: até que um dia deixa de o ser passando a simples Irradiação Constante e Plena. Tudo vai correr bem se com sinceridade aspirarmos a tal! beijinhos Jyoti

sábado, julho 10, 2004

Realidade


10.07.04

No contentamento algo de eterno se activa. No descontentamento o processo de dissociação do Todo eterniza-se... Tudo começa no escolher estar alegre ou não. Ser alegre... o que é essa qualidade? Uma imagem: é o mesmo que, depois de se desenhar algo colorido, se preencher os espaços ainda existentes, mas invisíveis, de Amarelo! O mesmo desenho transfigura-se e ao olhá-lo apetece sorrir. O processo consiste apenas em acrescentar um pó mágico na mesma matéria que sempre nos circunda.

Então e porque é que nos sentimos tristes, desamparados, depressivos, isolados, separados, como é que tal é possível se existe esse pó sempre disponível?
Tudo se inicia no descontentamento de ver a matéria como um ser não-vivo, como algo inerte, fixo que suporta (mas não pensamos o quê). Suporta-nos! Mas somos nós que a temos de vivificar, a matéria é o Grande Mistério da Criação, sem ela não existiria um progresso da vida numa escalada de qualidade em qualidade. O negro, o cinzento, essa escuridão que sentimos só existe à espera de receber esse pó que de amarelo se transforma em dourado, e que de qualidade em qualidade nos mostra cores que nem podias conceber de antemão.
O descontentamento... é não ver o sentido, é não ver a essência dos seres, da energia, das forças, da matéria... é estar cego para a Realidade que nos deixa sempre maravilhados e com vontade de jogar esta Lila Divina!

É fácil, então, entender porque poucos de nós ousam falar em Felicidade... se nem alegres conseguimos permanecer.... Felicidade é viver na Realidade, consciente da construção e criatividade envolvidas no quotidiano que vivemos. É perceber que o apoio (que nem Força da Gravidade) está sempre presente, mesmo que invisível. Felicidade é ser Amor encarnado e manifesto. É trazer a potência para Aqui de forma simples e inocente: é ser quem estamos destinados a ser por escolha individual e consciente passo-a-passo, para que possamos fruir o infinito que existe entre cada passada do caminho, que afinal é circular como um anel e acaba onde começa, e cada meio é um princípio e um fim dependendo do olhar!

“Contentamento, Alegria.... Felicidade!”

terça-feira, julho 06, 2004

Pássaro de Fogo


04.07.04

Sem sentir, sem viver, sem saber, sem mostrar, sem perceber... mas na Fé o Pássaro de Fogo está. Ele habita lá no centro da esfera armilar que o protege de ser absorvido antes de se ter apresentado como Algo Único. A esfera protege-o até que, um dia, as suas hastes começam a ceder porque, nesse momento, é chegada a hora, e esse Pássaro, que simplesmente era uma centelha que alimentava a Vida Humana, passa a habitar essa Vida... A esfera dilui-se e Ele passa a abarcar tudo o que até então é manifesto e assim revela a sua eterna e sempre constante existência oculta. O ganho é o da consciência azul como o mar que se enamora pela história e a conta e reconta vezes sem fim. A história de um Pássaro de Fogo para ti e outro para mim...

O vôo que esta ave descreve não é direccional mas sim circular e abrangente. Agora Ele está livre de tocar todos os pontos da Criação. A ponte está a descoberto pois Ele é a própria Ponte, Ele é o próprio Caminho, Ele é aquilo que sempre procurou. E a verdade é que quando o Homem fez o seu melhor, se esforçou e se alegrou com seu suor, soube que o seu Ser estava muito por perto! Ali: a esfera dava-lhe espaço e a visão do mundo transformava-se e viver era algo mais fácil, muito mais fácil, muito mais fluído. Tudo era uma aventura, era uma alegria, uma evolução, um progresso contínuo, um plano há muito desenhado por nós mesmos de nós para nós para sentirmos o Amor que era em nós.

Foi um movimento que permitiu um descanso que eternizou um ritmo! Para quê? Responder só com o coração: sem tudo isto a Ponte não seria necessária, o Homem, o Filho, a Criação, o Coração nunca teriam feito parte da história do cosmos, porque tudo era completamente coeso e amado sem o saber!

“Não somos aquilo que pensamos pois nossa essência está no coração mas nem por isso é o coração.”

quinta-feira, junho 24, 2004

Evoluir sem sair do lugar


26.04.04

Sempre existem momentos de completa necessidade de recolhimento. Ouvem-se vozes dizendo que não é possível regredir, involuir, deixar de evoluir, como quiserem; contudo torna-se necessário compreender que essas afirmações são parte de uma imagem total que nos mostra que sim é possível estarmos anos e anos, no tempo e como humanos, fora do nosso trilho e sempre voltando a poder percorrer o que já percorremos...até ali, mas basta um segundo de verdadeira Aspiração para que o trilho oculto se abra à nossa frente! Por isso sempre existem momentos de completa necessidade de recolhimento.

O Som, com todas as suas notas e a Luz, com todas as suas cores e irradiações, activam em nós o nosso trilho que nada mais é do que o percurso de ti para Ti. A vida não tem sentido, mas a busca do nosso Eu dá um sentido à Vida, com todas as suas reais e igualmente importantes possibilidades.

Esse Eu que afinal é Nós, que é dEUs que é tudo, que é a bacia de sustentação deste (o vazio, o nada)...

A Família, a Grande Família é muito mais esse Eu enquanto que a família é a bacia de sustentação, que tal como o nome indica é inerte, segura mas não produz movimento. Quando pais e filhos não se entendem tal significa que Aquilo que é Individual em nós está a começar a manifestar-se, é chegada a hora do seu parto! Parece desarmonioso mas é harmonização pura e o que é puro tem essa potência e qualidade: a de trazer tudo à tona, a de não deixar absolutamente nada de fora, como o branco que contém todas as cores. Isto é que é Pureza não é voltar a ser infantil, nem voltar a não ter consciência, ou voltar a um estado primitivo de ser, como por vezes se pensa...

Então procurar fora as respostas não se torna frutífero a não ser... que o fora seja o dentro e o dentro o fora, conscientemente, pois a nível inconsciente tal sucede sempre, tanto que a nossa psique está constantemente a criar realidade. Tudo é sincrónico mas não é aí que está A Resposta. A Paz que é a verdadeira e única Resposta que tem o efeito que no fundo ansiamos é derramada sobre nós quando nos alinhamos quer o impulso venha de dentro ou de fora, que é o mesmo que dizer que venha daquilo que anseia para aquilo que é ansiado pois tudo o que vemos é porque faz já parte de nós.

Afinal já há algum tempo que S. Agostinho disse que podes fazer tudo desde que ames:

"Ama e faz o que quiseres.
Se te calas cala-te por amor,
se falas, fala por amor,
se corriges, corrige por amor,
se perdoas, perdoas por amor.
Semeia no fundo do teu coração a raíz do amor,
dessa raíz nascerá o Bem."

Amar é estar alinhado com o teu Eu, com a Grande Família, com o Grande corpo de Deus, é fazer dos teus olhos janelas da Grande Nave! Quando Amas, há Paz e a Verdade revela-se sem deixar marca intelectualizável pois é sempre única nesses termos mas perene no coração. Assim, quando amas tanto faz se os sinais, impulsos, perguntas, respostas, vêm de dentro ou de fora, é tudo o mesmo, é tudo um contínuo.

O problema só se põe quando pensas que não sabes quem és. É uma nova forma de pôr a questão, afinal há muita gente que diz não saber, mas quando lhe perguntamos o que não é normalmente sabe-o de imediato. Aqui está a bacia de sustentação bem à vista mas o que sustenta parece não ser processado. De tanto nos concentrarmos na tarefa da sustentação do Ser que era visto como a Centelha em Nós, esquecemo-nos de como, quem ou o que é essa centelha, e pior esquecemo-nos de vivê-la e assim deixámos de ser humanos, não somos somente animais, e o nosso comportamento aparenta-se mais ao de uma máquina.